Sonho
Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 2010
Estranhos sonhos nesta vida
A beleza do nada
A estranheza de tudo
O encontro sem marca na estrada
E a delicada aspereza
Da vida em um turno
Sem rumo
Plena naquele segundo
Um quase nada
Mas acolhido e profundo
Solene na caminhada
Ao abismo desconhecido do mundo
E ali
Quase feroz
Acordei um menino
Quase herói
Das falácias do destino
E a graça do albatroz
Sem ninho
Que não padeceu
Nem amoleceu
Ao meu carinho
Sossegou por uma noite
Meu coração de espinhos
E
No conforto irreal
Desta vida fugidia e breve
Vagueio devaneios
Derreto a neve
E sonho
A noite
A vida
A alma
Em desalinho