Sem elo

Sou passageira do amanhã

Não tenho paragem certa

Tenho a alma deserta

Sem presilhas, grilhões, elos

Passo e deixo o beijo na tua boca

Para que sintas meu sal

Não espero resultados

Nem sequer olho pra trás

Sou passageira do tempo

Viajante natural e sem fim

Não olhe assim pra mim

Me deixe ir agora

Não tenho espaço pra dois

Tenho que seguir pra viver

Vamos guardar o perfume

De um doce amanhecer

Te convido a me ver passar

Fique atento e deixe a emoção rolar

Sinta o abstrato do momento

Feche os olhos e esqueça

O instante tatuará na carne

O amor forte e absurdo

O momento é o presente

O futuro não existe

O passado já passou

Sou passageira do impossível

Guardo sonhos e imagens

Deixa eu levar comigo

Tua figura na paisagem

Quero olhar tua retina

Enquanto estiver passando

Levar comigo o instante

Em que nossos desejos se misturam

Vou chegar logo ali

Onde o fim nunca começa

Deixa eu te abraçar só uma vez

Não me queira eternamente

Quero ser tua lembrança

De uma viagem da gente.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 06/03/2010
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