Gosto de saudade
 
 
 
Estou sozinha procurando encontrar uma explicação para o meu sentimento. Meu pensamento sai a sua procura dando asas a imaginação. Entro em seu quarto e o vejo deitado na cama a olhar o teto numa triste apatia como a esperar por mim.
Passo delicadamente a mão nos seus cabelos, beijo seus olhos, acaricio seu rosto, beijo a sua boca, sinto-me uma menina no seu primeiro beijo. Tenho receio da sua reação.
Ouço as batidas ritmadas do seu coração, minha mão desliza em seu corpo nu e um desejo ardente toma conta de mim. Beijo cada centímetro desse corpo que nesse momento é meu, você retribui com ardor intenso e intui minha intenção.
Abraça-me forte e me arrasta para as profundezas da nossa intensa paixão.
Nesse instante estamos a um passo da nossa rendição.
A beira do abismo mais profundo de um amor puro e ao mesmo tempo profano.
Mas não dá para voltar agora e nós jogamos nesse abismo de pura emoção.
Sinto estremecer seu corpo, seus gemidos aumenta minha excitação, e assim nos entregamos ao êxtase.
Não quero mais deixá-lo, quero ficar aqui, assim com você em  mim, de corpo, alma e coração.
Mas meus devaneios terminam e quando vejo estou aqui no meu quarto, na cama vazia, com a minha solidão.
Só há um suave gosto de saudade em mim.