Gritos
Ouve meus gritos
ó Deus dos insensatos
tendes piedade dos proscritos.
O algoz dos fracos
aniquila todo e qualquer sonho do inocente,
mostra aos incautos o tormento,
dá aos tolos seu pagamento.
Ouve meus gemidos
ò Deus dos condenados
apieda-te dos lamentos torpes
mesmo do pranto dos desesperados.
Seja a sentença cumprida até o final
e mortos e sepultos todos desejos
seja bendita a loucura e o desterro
no inferno onde se lançam os malditos.
Ouve o eco dos mudos gemidos
ó Deus dos amaldiçoados
que perverteram a Tua criatura
e se fizeram deuses falsos e covardes.
Ouve meus gritos...
ouve
meus
gritos...
silentes...
gritos.