PEDESTAL DO MAL
Sempre coloquei a mulher
Dando-lhe queijo e toalha
Faca, garfo e colher
Não precisava ser 'Amélia'
Para mim é a mais bela
E perguntava: Será cinderela?
Nem tinha que usar avental
Bastava só ser mulher
Aí você veio... Como tal...
Verdadeiro anjo do mal
Armou a sua teia e se insinuou
Quis me provar pelo qual
Que o amor se dá entre iguais
Como se fosse algo genial
De absolutismo total e normal
Parecia ser algo excepcional...
Aí bagunçou meu coreto
E o que parecia perfeito
Fez-me rever os conceitos
Por que se fosse correto...
Do jeitinho que eu mais gosto
Não podia ser só sexo
Por ser algo mais complexo
Tinha que ter cheiro de amor
Para receber meu melhor valor...
Havia que demonstrar candura
Mas não consegui ver ternura
Está muito mais pra loucura
Sandice, bobice, libertinagem
Desculpa, mas ficou essa imagem
Talvez numa outra roupagem...
Onde se percebe naturalidade
Sem tanto exibicionismo
Eu possa ver algum lirismo
E não apenas tipo e modismo
Afinal, não estamos em praia de nudismo
Por que amar de verdade...
Requer carinho e simplicidade!
Fogo selvagem da vontade
Por si só! Não trás felicidade.
Tem cheiro e hálito de perversidade!
Hildebrando Menezes