O CERTO E O TORTO
Não olhe prá mim,
que sou roto,
tampouco me siga,
que sou torto.
Não dê seu amor
que não preciso,
sou mais um ator
no choro, no riso.
Não falo tudo,
digo aos poucos
e quase mudo,
sou verbo louco.
Acompanho agora
que sózinho estou,
depois mando embora
ou então, me vou.
Inocente, esperto,
busco e procuro
à todo instante,
que por certo
até no escuro
sou viajante.
E meio louco,
meio crente,
meio ateu,
vou assim devagar
prá quem sabe
um dia encontrar
um abençoado deus.