Espaço

Janeiro, fevereiro, março, abril, maio, Junho, julho,

Agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro.

Que fiz nestes meses todos?

Passou tão rápido, agulha em palha de aço!

Caminhos infinitos, meus pés indo e vindo estão cansados.

Mergulho no mar de ácido!

Me degenero, me decomponho!

Mais ainda sim não acho cadê o ano? Já passou?

Não; acho que não senti, estou alucinado, logo começa outro ano

E depois tudo de novo, outra vez acaba.

Tantos pensamentos, tantos sonhos, tantas voltas,

Estou embaraçada, cheia de nó.

Que planeta é esse, em que vivo é tudo tão rápido sem deixar de ser bonito.

Pena que não vivo, só penso viver,

Estou perdida no tempo, no especo que eu mesma criei e me separa do mundo real,

Eu falo ninguém ouve, eu grito ninguém vem, será que sou mesmo alguém?

O infinito que eu busco talvez eu nunca encontre;

Porque talvez eu já esteja nele

E o que tem daquele outro lado é o sonho ou o pesadelo?

Até quando eu vou ficar entre os dois meios?

Mas será que eu existo mesmo?