AMOR NUNCA VIVIDO.

Tenho na alma um viver,

Que atravessa a fronteira de minha carne,

E isso me faz padecer,

Como se somente eu pudesse amar-me.

De um sonho que tive,

Não restam mais memórias,

Pois em minha alma somente vive,

A dor que me devora.

E as canções de outrora,

Cantadas com amor sublime,

De minha alma levou a aurora,

E essa mesma é que me extingue.

Ó amor nunca vivido,

Que a mim trás saudade,

Terás Deus de mim esquecido,

Por que então não me fizeste de verdade?

E tua pureza que minha alma inflama,

Cedeu-me com alegria seu coração,

Ó bela e pudica insana,

Entrego-lhe a minha alma em devoção.

Em meu canto de clamor,

Sublimo-lhe, e tu me profanas,

Cedo-lhe da alma todo o louvor,

Ó bela e pudica insana.

Vieste em meu sonho lindo,

Vieste como um anjo de aconchego,

Mas foste como um demônio sorrindo,

Levando todo o sonho e minha alma de mancebo.

Deixaste a dor em minha alma que por ti clama,

Como lembrança de ti em minha existência tardia,

Ó bela e pudica insana,

Leva-me a vida e devolva-me a alegria!

RENGAV
Enviado por RENGAV em 25/01/2010
Código do texto: T2049554
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