O Prazer da Loucura

Por vezes penso que sou louco,

Mas apenas paro de pensar

E as coisas se resolvem.

É como se estivesse dentro do filme,

Nas ondas da música,

Na paisagem da tela.

É estranho,

Sinto-me estranho,

Com uma vontade louca

De pegar um papel

E só parar de escrever

Quando der calos nos dedos.

Escrever o livro,

Eis o meu desejo,

Ser o escritor,

Eis o meu pedido!

Escritor, poeta, pintor

Uma das coisas ,

Ou de todas um pouco,

Afinal,

De louco, nada tenho

E tudo ao mesmo tempo!

Penso em telas complicadas,

Com teses a seu respeito,

Ou simplesmente uma leve inspiração

Em que bobos se perguntam

Porque o céu é laranja e não verde.

Ou um poema,

Pode ser sobre minha vida,

Para os grandes estudiosos decifrarem

Quantos amores perdidos tive!

Talvez esse seja o meu mundo mais real,

O mudo da fantasia

Do faz de contas,

Dos grandes cavaleiros,

Dos dragões,

Do passado e do presente,

Dos grandes heróis,

Que quase já não mais existem!

Talvez seja daí,

Apenas daí que provem toda minha força

De levantar a cada dia

E erguer a cabeça e disser

¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬- Vale a pena tentar!

Ainda é possível ser feliz,

Cultivar seus próprios princípios,

Acreditar no amor,

Na música,

Em seu poder transformador,

Na palavra.

Observar em uma única tela,

A vida,

A luz,

A presença divina,

O ser supremo,

O toque do criador.

Ai,

Dizem que não,

Não estou louco

Pois loucos nem o sabem que são.

Mas afirmo com convicção,

Se ser louco é desejar,

Desejar tudo que um homem pode ser,

Sou,

Sou completamente louco,

E minha extraordinária loucura ainda me renderá muitas paginas!

(11/11/06)

Wagner Gaspar
Enviado por Wagner Gaspar em 21/01/2010
Código do texto: T2042494
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