Laço
Se falo me entrego
Diz como faço
Por isso muda eu fico
Diz como digo
Se choro minhas lágrima
Me afogam no castigo
Te quero distante
Longe de minha vontade
É tarde...
Pensamento é tormenta
Imagem, foco, atitude
Cor definida sem ilusão
Inquietude
Provocação
Então como canto
Se minha voz morreu na tua
Do beijo que não te dei
Saiu o pranto
Torto teatro sem platéia
Sem querer te trago aqui
Pra me assistir
Aplausos para não sorrir
Aconteceu assim
De letra em letra fui até aí
Feche a porta por favor
Enquanto ainda tenho amor
Quero a inspiração cruel
De quem ficou na imaginação
Para poder escrever meus versos
Sonhar, nadar, chorar na escuridão
É cedo...
Fique mais um pouco
Preciso desse “querer”
Sai de mim devagar
Não bata a porta sem trinco
Leve as telhas contigo
Quero a lua como abrigo
Saia...
Agora encontrei um motivo
O mesmo dos poetas malditos
Um amor sem amor pra se dar
Uma saudade infinita e sem par
Motivo pra escrever esses versos
Que teus olhos vão ver passar.