Carência Opcional
O vento esta balançando a cortina
É o fantasma do tempo querendo assombrar
Acostumada com sua presença insistente
Em soprar maldições
A carência das ausências
Daquela amiga querida
Do cachorro velhinho e rabugento
Da ligação do avô...
Ausências predestinadas
De quem partiu
A carência da ausência presente
Machuca mais
Fere a alma
As lágrimas não ficam mais seguras
Elas despencam
A opção do abandono
Desamor
Dissabor
E o fantasma diz
-Você plantou...
Não da para fechar a janela
A fumaça sufoca
O odor do tabaco
A poeira
O relaxo
Desleixo
A energia perdida
Carência opcional
Não toque aqui
O peito com um arqueamento visível
Onde fica o coração
Ondulações de feridas
Ele não cura
E a carência o sufoca
O fantasma do tempo afaga meus cabelos
Beija minha testa e com um sorriso sarcástico
Acenando diz
-Volto amanhã.