Despedaça-me*
Quero teu olhar me repartindo
De desejo doido me descobrindo
Descasca-me as sedas rubras do meu ávido corpo
Que eu me desvendarei, num fervente sopro
Repartida em incendiados pedaços
Abraso-te inteiro, minha pele de mel no teu tato.
Busca-me assim com teus lábios de sorrisos e sol
Florada a rosa em aderência, em gozoso quebra cabeça
Na junção delirante dos contornos, sem retoques
Descubro-te rendido e volátil aos meus toques.
Despedaçados , em terna fúria, nos reinventamos
Em céus claros, em estrelas do mar, ao luar
Esculturas seduzidas, íntimos rituais... volúpias reais
Imperativo, o anseio, escorre, convenções infringindo...
Despedaça-me enfim, que eu de Amor te despedaço em mim.
Karinna*