Auri sacra fames ...

O “Portal” rompe majestoso

Per sempre secoli i secoli...

Sua beleza arquitetônica

Crivado por sua singeleza

Marca a ferro e fogo

As minhas vísceras.

Suas pedras, tentáculos

Da morte, me devoram.

Brancos mármores,

Mancham a terra rubra

Com sua pureza.

Cristalizam almas, devotas.

Mumificam suas orações!

Escancaram a eternidade

Aos incompreendidos ateus!

Suas lápides arrotam nomes

Marcados pelo poder e riqueza.

Vergada pelos anos a roseira

Expõe seus espinhos na lápide

Do soldado desconhecido.

Matou para não ser morto.

Comeu, agora é comido.

Homo sapiens moderno

Individualizado no seu “Eu”.

Na busca constante de “Ser”

Amado e divinizado.

Compreendido e reconhecido

Pelos varões da elite acobertada

Pela volúpia animalesca

Em busca do poder ilimitado.

Zumbis!

De um mundo desumanizado!

Morto!