AFASTA-TE DE MIM... POR FAVOR!


Afasta-te de mim, por favor,
Deixa-me nesta mi´a solidão
Inerte...! Inerme, sei lá,
Mas deixa-me só, por favor...!
Deixa-me perdido em pensamentos
E nos meus desvarios
Procurando o tudo sem razão nenhuma
E não achando o nada com suas razões absurdas...!

Afasta-te de vez, por favor,
Deixa-me esbravejar comigo mesmo,
Xingar-me, bater-me, surrar-me
Para aprender a não me entregar tanto
E depois sofrer o abandono, o desprezo...!
Deixa-me flutuar neste espaço de mim
Sem buscar passados, afastados...
Viver presentes, ausentes...
Ou repensar quaisquer futuros...!

Afasta-te de mim, por caridade,
Não quero mais magoar-me
Com as minhas loucas paixões...
Quero retomar as rédeas de mim
Do meu coração e aprender a não me entregar
Tanto assim...! Afasta-te, então,
Deixa-me guiar os instintos
Deixa-me chegar ao meu destino
Sem que algum desatino de menino
Deixe minha alma sem lembrança alguma...!

Afasta-te, não quero ferir-te...!
Deixe que as feridas sejam somente minhas
Afasta-te, quem sabe sintas a ausência
Daquele que sempre soube se entregar
Sem esperar nada em troca a não ser
Isso que fazes comigo, como se fosse...
Como se eu fosse... O último homem-menino do mundo!
Deixa-me com essa dor imensa
Da lembrança e da esperança que se esvai
Como areia entre os dedos
De um amor sem cor, sem vida, sem nada...!... Nada mesmo!
... Como um pobre cão sem dono...!