INSANE
Atrevo-me a perguntar a mim mesmo,
Sobre os tempos. Como os posso ter vivido,
Neste deserto... vivido, neste deserto a esmo,
Sem que tivesse endoidecido?
Neste sete milésimo quadringentésimo
Nonagésimo primeiro dia de minha existência,
Constato que não vivi acérrimo:
Apenas tenho sido mantido por alguma insistência.
Seja o que for, os tenho atravessado!
E, dia após dia mais acurado.
Por que dizeis o contrário, senhores?
Rides de mim, com sorrisos gozadores!
Não rireis, quando estiver no brilho do meu exito!
Querereis ser quem eu sou, já premedito.
Eu vos anularei com a minha própria glória
E vos envergonhareis com vossas próprias vaidades
E com tudo o que dizeis ser sanidade,
Pois são todas, caros senhores, ilusórias!