INSANE

Atrevo-me a perguntar a mim mesmo,

Sobre os tempos. Como os posso ter vivido,

Neste deserto... vivido, neste deserto a esmo,

Sem que tivesse endoidecido?

Neste sete milésimo quadringentésimo

Nonagésimo primeiro dia de minha existência,

Constato que não vivi acérrimo:

Apenas tenho sido mantido por alguma insistência.

Seja o que for, os tenho atravessado!

E, dia após dia mais acurado.

Por que dizeis o contrário, senhores?

Rides de mim, com sorrisos gozadores!

Não rireis, quando estiver no brilho do meu exito!

Querereis ser quem eu sou, já premedito.

Eu vos anularei com a minha própria glória

E vos envergonhareis com vossas próprias vaidades

E com tudo o que dizeis ser sanidade,

Pois são todas, caros senhores, ilusórias!

Paulo Kol
Enviado por Paulo Kol em 04/01/2010
Código do texto: T2010573
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