O UNIVERSO NA JANELA
A janela é um retângulo concavo
- E como pode conter nela o mundo
E este vazio de dentro pra fora?
A flor no vaso persa morreu
O homem acabou com Deus
E eu continuo me acabando
Nesse meu universo sem regras
- E como pode um homem viver sem rédeas?
A laje é a liberdade que preciso
O teu sorriso por hora o paraíso
Pois a felicidade não precisa
Passar desse quarteirão
- E como podes viver nesse desvão
Se o homem nasceu para voar?
Não choro porque aprendi que tudo esgota
E talvez um dia precise dessas lágrimas
Que não ouso desperdiçar
Nem mesmo amo em demasia
Aprendi com a poesia
Que amar demais pode endoidar
- A loucura é apenas
A prucura de um sentido
Que por ventura, nos leva à insanidade!
Mas com o tempo tomo tino
E abraço o destino
Me arrisco. Destranco meu quarto
Cometo enganos
Ainda prefiro viver com os pombos
A lidar com o ser humano