O UNIVERSO NA JANELA

A janela é um retângulo concavo

- E como pode conter nela o mundo

E este vazio de dentro pra fora?

A flor no vaso persa morreu

O homem acabou com Deus

E eu continuo me acabando

Nesse meu universo sem regras

- E como pode um homem viver sem rédeas?

A laje é a liberdade que preciso

O teu sorriso por hora o paraíso

Pois a felicidade não precisa

Passar desse quarteirão

- E como podes viver nesse desvão

Se o homem nasceu para voar?

Não choro porque aprendi que tudo esgota

E talvez um dia precise dessas lágrimas

Que não ouso desperdiçar

Nem mesmo amo em demasia

Aprendi com a poesia

Que amar demais pode endoidar

- A loucura é apenas

A prucura de um sentido

Que por ventura, nos leva à insanidade!

Mas com o tempo tomo tino

E abraço o destino

Me arrisco. Destranco meu quarto

Cometo enganos

Ainda prefiro viver com os pombos

A lidar com o ser humano

Acheropita Aphonsius
Enviado por Acheropita Aphonsius em 21/12/2009
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