CADÁVER 

Hoje novamente vi
os portões da tua casa
marejados de solidão

O tom amarelado
romântico do teu sorriso
não (me) engana
teus artifícios ultrapassados
com pactos com os diabos
estão quebrados
pseudo amarras
em quedas d’água

Pensas que se tornarás em que anjo
apenas amando quem tu desejas?

Se na Crosta perdida
nada cicatriza é porque vives
remoendo ossos e a ferida.

Todos os dias passo por cima
das tuas carnes e da tua asa caída,
“grande mulher”: - a mais sexy,
a mais antenada e doce das criaturas?

O veneno que trago... é raro
daqueles (poetas menores
consagrados)
que sussurram com o vento
segurando frascos caros
em pontes que comportam
                  aromas suaves 


Rosangela_Aliberti
Atibaia, 15.XII.09

(art by weheartit)

Rosangela Aliberti
Enviado por Rosangela Aliberti em 15/12/2009
Reeditado em 17/01/2010
Código do texto: T1978772