Página muda e pálida

Puxo meu poema pelo fio da memória

ele vem, quentinho

fresquinho

novinho em folha

e repousa suave

numa página branca e fria

que não diz nada

é muda e pálida

mas se adona do meu poeminha

e o toma para si

poema

poeminha

inerte

obedece

adormece quieto

no leito das linhas

que o papel dominador

impõe

ao poema encantador

e ao sentimento

explicito da palavra amor.

2008

Marcos Horto
Enviado por Marcos Horto em 09/12/2009
Reeditado em 09/12/2009
Código do texto: T1968874