Página muda e pálida
Puxo meu poema pelo fio da memória
ele vem, quentinho
fresquinho
novinho em folha
e repousa suave
numa página branca e fria
que não diz nada
é muda e pálida
mas se adona do meu poeminha
e o toma para si
poema
poeminha
inerte
obedece
adormece quieto
no leito das linhas
que o papel dominador
impõe
ao poema encantador
e ao sentimento
explicito da palavra amor.
2008