Alma vegetal.
Não me agridem a chuva e a brisa gelada,
Estou vagando pelos pingos que caem,
Como sonâmbula impermeabilizada,
Pois nesse momento, as sensações me traem.
Misto de angustia e esperança que se aflige
Sou o teto que ampara as farpas da ansiedade,
Sou o piso onde dorme a solidão que me tinge
Das cores que refletem sua iniludível maldade.
Parto e volto... E recomeço... E me entrego,
Ando pelas beiradas de um abismo horizontal,
O medo não me segue, a escuridão, é aonde me apego,
Vou chutando os dias, de uma alma vegetal.