FINAL DO ATO

A vida corria lá fora

E dentro do peito explodia

Uma saudade desmedida,

Uma angústia ilimitada

Que rasgava as entranhas,

E em sangue se esvaia.

O corpo, sem mais estímulo,

Quedava-se num canto

Os olhos que outrora brilhavam

Cobriam-se de uma cortina de pranto.

O sorriso, ah o sorriso escancarado,

Que tantas vezes emoldurou seu rosto,

Escondeu-se, na face contorcida de dor.

As mãos, que sempre foram aquecidas pela paixão,

Estavam trêmulas e gélidas, sem ação.

O coração, que comandou todas as boas e más ações,

Cansou-se e resolveu parar.

Sem verdadeiras ou falsas ilusões.

Embora uma ponta de razão (?)

Insistisse em continuar, ainda querendo amar...

Final do ato. Singelos aplausos! Para quem?

Fecharam-se as cortinas da alma,

Apagaram-se as luzes do palco,

E a personagem, como num passe de mágica, desapareceu!

Cellyme
Enviado por Cellyme em 04/12/2009
Código do texto: T1960681
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