Pra onde me levas?

O vento sopra ligeiro levando nuvens passageiras.

Soprou tão forte em mim, que abalou meu alicerce.

E na manhã inquieta, esbandalhou os meus cabelos.

Me arrebatou com ele, levou também os meus sonhos.

Deixou-me entregue a beira de um precipício sem

lugar pra me agarrar.

Em um lugar de total silêncio, tão longe, absoluto,

desconhecido a me atemorizar.

De olhos fechados giro, giro feito um pião sem cordel.

Bato-me aqui, e acolá, emudeço-me angustiada.

E de meus lábios saem cicios de dor e aflição.

Me desespero, me apavoro...

De onde vem o vento inimigo, pra onde me levas?

Morro nessa manhã, ou depois.

Ou tudo é só um sonho!

Onde estou nesse momento?

À beira de um abismo sem fim.

Ou é somente um vento forte a me tocar!