Voz alguma

quando quero falar, me calam!

quando me calo, é porque não falei

quando berro: cala-a-boca,

que eu ainda não terminei

o silêncio é escuro

minha voz tá muito fraca

meu grito é um sussurro

quero ser a voz que mata de uma matraca

se fico tagarela,

minha consciência gela

debruço-me na janela

e fico com um nó em minha goela

choro de noite no escuro

engulo a seco um grande berro

não ronco nem murmuro

e o meu erro... é, às vezes erro!

sons da vizinhança

nenhuma esperança

choro de qualquer criança

lembrei daquela trança

solidão que não descansa

e a vida dança

e a vida dança

e a vida dança

e a vida da vizinhança

e a vida da esperança

e a vida da criança

e a vida daquela trança

e a vida que não descansa

e a vida dança

e a vida dança

e a vida dança

Dênis Goyos

Dênis Ferreira Goyos
Enviado por Dênis Ferreira Goyos em 27/11/2009
Código do texto: T1947595
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