Camille Claudel
Camille sonha
com ossos e esqueletos
que se erguem
do chão
e a perseguem
por meandros
de campos cinzentos
onde a luz da razão
apaga-se lentamente.
Ela se refugia
numa floresta sombria
onde lobos uivam
ao farejar seu sangue
derramado.
Camille não queria.
Ele teve que insistir muito.
Não é sujo nem pecado!
E assim sendo
faça-se a sua vontade.
Farte-se à vontade
com minha carne
que suas presas
fiquem tintas
de vermelho.
Camille acorda
e a luz da manhã
não lhe traz sossego.
Ao longe
no Quai Bourbon
um lobo (do mar?)
uiva.
(24-11-2009)