Navalha

Navalha, tenho pena de ti

Já não cortas mais nada

Já fostes tão usada e estilizada

Teu fio cego, jaz de tantos egos

Enferrujas ao léu, a céu aberto

Infeliz navalha, condenada à carne

Sucumbistes há muito entre a boiada

Réu destino não é mais num museu

Derrotada descansas numa fornalha

Carcará

Pega, mata e come!