Poema sobre o medo

Poema sobre o medo

se escreve rápidamente

com doses de neurose

e adrenalina em fúria

ás vezes com tinta de sangue

-de sangue jorrado

em um viela qualquer-

Poema sobre o medo

carrega em si a obsessão

não a humana e inata

mas a patológica

e psíquico-homicida

a dança mórbida dos psicopatas

e as marcas das digitais

de um assassino qualquer

em busca de mais sangue

Os nervos a flor da pele

delirando, uivando, fremindo

dentro todos os calafrios

e arrepios que se pode ter

O medo está latente...

parece que vai explodir

a qualquer momento...

beleza meretriz de um disparo

sedução hipócrita de um sequestro...

Assaltos a mão armada

e a imagem da morte...

tal vez mais temida que o inferno

com seus fantasmas e demõnios

O medo de ser morto

ou o medo de viver...

daí o suicídio...

O medo de amar...paixão insana

a entrega da vaidade latente

então a forca...a queda

o medo de tudo...

E esse poema está cheirando mal, leitor

cheirando a cemitério, a carne putrefata

cheirando a fadiga dos ossos

O trauma...medos provocados

suores previstos...medos obsessivos

O medo, leitor, a agonia

ao ler este poema que te dá ânsias

Vai! dize que está ruim...

dize que não presta, anda leitor

para de ler este poema se te desagrada...

ele cheira a carne morta

ou carne viva, assassina que te persegue

a medo, leitor, a medo que se acende

e dificilmente se apaga...

-De dentro pra fora uma lágrima rola-