É tudo tão estranho!

Estranha-se língua estrangeira

As palavras, as rimas, os sons, as besteiras...

Estranham-se os climas

Estranha-se o costume

Manias, volumes...

Estranham-se alturas

Silêncios, bravuras...

Estranham-se gentes

Caladas, sorridentes...

Estranha-se o sério

O ordeiro, o mistério, o caos...

Os trajes, os ritos, os gritos o mal...

Estranha-se aquilo que não é normal

Estranha-se algo até trivial

Estranha-se o que

Se pareça com que não se conheça

E o que se conheça que não obedeça

E o que obedeça, mas não apeteça

Estranha-se o máximo e mínimo que seja

Até o que não seja por não acontecer

Estranham-se tudo que de perto espante

Espanta-se o estranho que não nos encante