NÚ E SEM VERGONHA

Desde que vi a tal da cegonha

Fui logo perdendo a vergonha

E agora não há quem a reponha

E nem venha dizer que é manha

Sei que é um jeito meio medonho

Mas quando penso nela me assanho

Fico nu em pêlo, num fogo estranho

Com vontade que parece até sanha

E até tapo minha nudez com a fronha

Travesseiro pelado... Parece tristonho

Barraca armada pula e tudo arranha

E o diabo assopra pra tocar uma bronha

Aí vislumbro você nua em meu sonho

Pele com pele roçando apressadinhos

Beijos e mais beijos... Tão docinhos

Percebo você toda quente e molhadinha

A chamar oferecendo a delicada xaninha

Com numa chuvarada dos seus carinhos

E você me alisando leve e devagarzinho

Depois vem dormir comigo de conchinha

E vai recomeçar tudo... De manhãzinha.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 01/11/2009
Reeditado em 01/11/2009
Código do texto: T1898536