diálogo inconseqüente à 22ª hora do dia

- me namora.

- não te namoro.

- por quê?

- você não presta.

- você me detesta?

- não, te oriento.

- como?

- você é o resultado da inoperância.

- não tô procurando emprego.

- você é o mancebo que não teve infância.

- são apenas rimas, não é nada.

- você é encabulado e, às vezes, sofista.

- não saio da lista, desculpe.

- que lista?

- dos seres humanos.

- não julgue os outros por si.

- mas é que você é a minha princesa. Surpresa?

- balela.

- princesa da minha existência.

- funesta.

- você me detesta?

- não, te oriento.

- como?

- não saia daí, eu te agüento.

- estou sempre por perto.

- só te namoro de manhã.

- está certo, está perto, é logo...

Rio, 30/06/2006