Contradito

A quem referem-se meus versos sou ignotamente versado

Cantando confuso e desleixado meus saberes, sem passado.

Pois não canto com mais clareza ou desvelo meu devaneio:

Não sou pleno em minha totalidade, estou no meio...

Tanto que meu toque frio, gelado, é a menor das sensações.

Meu calor íntimo, explicitado, é a maior das emoções.

Sou mentiroso verdadeiro em minha mentira, sou honesto!

Sou probo falso em minha verdade, sou injusto...

Roubo minha lavra, que fica incompleta: ladrão que não é culpado.

Devolvo meus ensaios, que me completam: justiceiro que é desonrado.

Perco-me em meus ataques convulsivos e/ou de esperneio

E encontro-me em minha defesa centrada, sem rodeio.

Não desconheço os motivos de todas as loucuras ou razões

Mas fico excluso em relação ao meu destino e às minhas inspirações

Que não sei como recuperar minh’alma – inocência-: sou funesto.

Não sei como abandonar minha mente: sempre me ajusto, mas contesto.

Eduardo Amorim
Enviado por Eduardo Amorim em 25/10/2009
Código do texto: T1885523
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