"LOUCO "
Sinto frio e calor
Fome e estômago cheio
Uma sede aguçada
Que não se mata com água
Escuto o vento falar
O coração acelerar
Flutuo em rio no deserto
O que julga errado, eu acho certo
Corro na rua pelado
Tenho um medo avantajado
Da astúcia do estado
Dou de bom dia a lua
O respeito que recebo do mundo
É falta de consideração
Será que me consideram louco
É por isso pensam que não sinto dor,
Que não tenho alma e coração?
Perdi meu espaço na terra
Então em moro no ar
Deixando a loucura me abraçar
Posso ser Santos Dumont
Aqui eu me sinto um Deus
Envolvido em figuras
Eu troquei a realidade
Pela liberdade de desatino
Posso ser homem ou menino
Quando estou a flutua
Escuto o vento gritar
É uma escuta particular
Eu não entendo por que
Também não quero saber
Às vezes pergunto ao sol
Preciso compreender?
E fico nesse discurso ate empardecer
É sempre assim, quando o sol vai embora
Tudo adormece dentro de mim
Assim eu mês sinto um gênio livre
Delirando em latim
Sim, eu posso ser sim!
Um anjo voador
Um vagamundo cantador
Um foguete rumo à lua
Um nadador nadando contra nada
Mergulhando no tudo vazio
Um feto que a mãe não quis
Um louco pedindo bis
Fazendo da vida atriz
Se, Sou isso tudo
Quem sou eu?
Algo que espiei me lembrou
O que o louco do Doutor, falou
Que minha alma está doente
Que dela fiquei ausente!
Em muito personagem estou
Dentro de mim, algo se desbotou
Não sei se estou louco
Ou se louco eu sou
Não sei o que aconteceu
Onde está o mundo?
Onde estou eu?
Bia Lira