Em sentimento tenso,
eu vago pelo quarto.
Sento/levanto/penso,
meio estranho e inexato
- angústia que não venço.
Ah, não sei se lamento
a sensação que aflora
ou se eu somente sorrio
do frio fio que desenrolo,
enquanto espero a Aurora.
De repente, me descontrolo,
toco as paredes e combato,
meio homem/meio rato
em meu Medo assustado.
Passeio pelo subsolo
da Mente - sem escoras:
vejo formas...silhuetas
...cometas... caiporas...
Eu luto contra as horas
(insones e mortas)
num sofrer ainda externo.
Afinal, encontro a porta
e desço de fato ao inferno
dos infortúnios internos:
Grito/choro/falo/danço
e meu demônio amanso
até quedar, extenuado,
confuso e muito calado.
Humanamente despojado,
eu inicío a árdua subida,
até que encontro a Saída.
E brilhando lá fora, agora,
está a Luz que eu procuro,
trazendo, no bojo, a Vida.
Assim - manso - por fim descanso,
menino...inteiro, novamente puro!
***
Silvia Regina Costa Lima
17 de outubro de 2009
Obs: Poesia do eu-lírico.
Te dedico...