MULHER CARENTE?

Odeio quando minha personalidade

Representa

De menininha indefesa,

De mulher carente,

De fêmea ferida,

Suplicando carinho

Mendigando migalhas,

Que não forram o estômago

Nem disfarçam a fome.

Se ajoelhar pra que

Se não estou digna

De fazer o nome do Pai?

Por contaminar minh’alma

Com a fúria de minha carne.

Representar?

Basta!...

Sou mulher que se atira ao abismo

Realça vôo envolto poder...

Dane-se se não serei desejada

Com a mesma intensidade em que me entrego

Os meus sentidos existem

Toco e sou veemente sentida

Se não tive o teu beijo

O suficiente bastou-me.

Permito-me ferir da carne à alma,

Lagrimejar sangue...

Sou mulher que ama

E a minha fragilidade

A miséria não alcança.