???...
Pois não importa se o peito comporta o pavor:
A já turbada ternura tortura-me e, tonto,
Não sei ter pena da pluma que tenho, que é pena,
Mas tenho o tino restituído, retornado do tornado,
Que permite que pouse em palavras o que penso
Do turbilhão da tortuosa mente que me mente.
Aliás, o lisonjeio que livra, da lavra, o labor
Não é meu maior mistério ou mal-me-quer,
Os lábios lideram, mas é o luar quem labora na lavra.
Meu medo é a moléstia da morte: morte da mente.
A liberdade leiga é loucura que se lucra em largar...
Não minto, mas meço com medo a minha mente.
Sem o sabor do céu, que não se sabe nem se sente,
Canto num canto escuro, do claustro, o meu canto:
Sobram o suspiro e o silêncio que se faz sobre o cenho.
Recorto e reconto o encanto, conquanto não canto pois,
Sempre que meu sonho sem sorte se sonha sozinho,
Cavalgo o corcel que cursa, cálido e incônscio, a cornija.
Faz falta a fábula em que finjo fugir
Do sentir insensível: enfado afável,
Palpável papel e invisível véu,
Do futuro mal-fadado, fatídico, de ferir...
Ao fundo o farfalhar do moroso remorso
De quem pede para aprender a perder e pedir
E do pesar do pensar, que mente e remonta
Quem sente e ressoa aos sons da surdez...