Coração peregrino

O mundo imundo segue crônico

Seu norte anacrônico verte fel

Na mente sigo descrente

Dele me aprisionar

À frente dois caminhos

Um em nada me dá

O outro sem destino

Me empurra pra onde? Sei lá.

O gozo desta incerteza

Está na vida a brincar

Tecendo como uma teia

Não sei onde vai me levar

Caminhos e mais angústias

Sofrer é mesmo levar

No peito tamanha amargura

Da incerteza do lugar

Inseguro sigo adiante

Ante as pedras a me driblar

Neste instante paro diante

De pessoas a me espreitar

Peregrino - Onde vaís?

Diz a voz a me indagar

O silêncio da resposta

Faz a voz sobresaltar

Peregrino - Onde vaís?

Insiste a voz a me parar

Vou ao fim deste caminho

Pro novo início começar

Por que não paras, Peregrino,

E voltas ao teu lugar?

Procuro a essência voz amiga...

Um dia hei de encontrar.

Que essência, Peregrino?

A da vida voz amiga.

Risos soltos envolvem a brisa

Que embassava aquele lugar

Está turvo voz amiga

Não consigo te olhar

A resposta Peregrino

É esta... vou te contar

A essência está na vida

De quem ela a encontrar.

Peregrino volte à lida

E comece a meditar

Obrigado voz amiga

Mas não posso parar

Perdi o caminho de volta

Como posso voltar?

A resposta está em si

E Não neste lugar

Qualquer caminho serve

Pra sua alma confortar

Medite, peregrino, medite

E pare de vez este andar

Não adianta buscar...

O que é do seu lugar

Está em si, Peregrino

Pode confirmar

Feche os olhos e medite

Você nunca mais vai voltar.

Este sonho que tive

Me deixou a meditar

Porque a voz amiga

Não me disse o que era Amar.

Amor, Amizade, Coração... Meu vírus vital!