Canto, Encanto, Conto: Encontro?

Meu querer, desleal e desleixado, desligado e desiludo,

Fez-se moroso remorso amoroso e amarrado

Como vento tornado um tornado e retornado em brisa...

Num feixe de xerifes feridos e mal-cheirosos

Apuro o mais puro, reparo, mas... paro.

Num porto reporto, esperto, mais perto e exposto:

Pois em tino te tenho em tutela, mas tão intangível...

Compilo meus campos e corpos, ou copos de chope?

Sem forças, enforco esforços e enfados. E as fotos?

Lembranças locadas em luas polidas e livros relidos

Sem companhia composta ou compatível, canto

Em busca do belo embuste embalsamado e abatido

Clamo-te quando me excluo da clausura, e me calo...

Fantasio: sou fantoche de futuro mal-fadado ou felizardo?

Me perco ao pular pelas pontas de portas e pontes

A mergulhar no mar ameno: a menos que morra,

Continuo a cantar recluso e escorço meu conto: de Amor?

Meu querer, desleal e desleixado, desligado e desiludo,

Fez-se moroso remorso amoroso e amarrado

Como vento tornado um tornado e retornado em brisa...

Eduardo Amorim
Enviado por Eduardo Amorim em 13/10/2009
Código do texto: T1863477
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