O SONHO DO POETA

Tanto desço por calabouços

Como passeio pelos astros,

No vácuo do infinito.

Choro por um amor perdido

Que na verdade nunca tive.

Alegro-me num carnaval interior de mim,

Como morro de depressão e fantasia...

Vou fugindo de mim mesmo

A procura de me encontrar.

Perdôo o biltre, como o ofendido.

Mesmo porque não tenho direito

De perdoar ninguém.

E a coisa mais bela da vida,

Que é o amor.

Amo até cair num abismo.

Devaneio e lapido a alma,

Burilada pela vida.

Choro e tenho medo da solidão,

Também sorrio e procuro a paz, e a verdade,

A verdade, às vezes acho uma.

A paz é minha companheira,

Mas tem noite que me deixa dormir só.

Sou um louco?

Claro que sim, e também sonhador.

Mas que poeta não tem a sua loucura?

Como ele poderia imaginar romances

Criar uma musa para ter inspiração,

Viver a realidade de hoje e fazer versos.

Sou poeta, e como um semi-deus posso

Abrandar tempestades, fazer castelos rutilantes

Como o Thagi Mahal, beber o luar,

Ou refrescar-me ao sol em uma praia azul.

Criar planetas e fazer a vida e a eternidade.

Enfim, sonhar, sonhar, sonhar.

Posso subir ao céu amando, sorrindo, chorando,

Imaginando, sonhando, sonhando.

E pedindo a Deus,

Que este sonho não acabe jamais.

Salvador 11/10/09

Barret.