PERSONIFICAÇÃO
Sensível ao encontro a
manhã, planeja estar mais bela,
cativa o olhar do animal.
A moça veste o rosa das
flores, bailarinas dos ipês.
Sem prestar atenção,
lá esta ele; o racional,
ou, pode ser o contrário...
Anárquico, perverso, solitário...
Verte nos lábios um sorriso; desumano,
indomável, perigoso, do lobo da estepe.
Dividido entre o lobo e o homem.
O vazio manipula a carne e
regurgita a escuridão perene.
A dualidade envolve a luz
nas entranhas do maligno.
Mozart ao piano toca o andante
Elvira Madigan, eterna melodia.
Seduz a alma possessa do lobo.
Regenera a sua humanidade.
Homenagem a Hermann Hesse (Alemanha 1877- Suiça 1962) e ao seu espírito irriquieto e perspicaz.