ESTRANHO

Assim...
De repente,
O passo treme,
Na indecisão,
A cor do tempo freme,
Incita o olhar,
Náufrago na escuridão,
Da noite densa - quente,
Nada canta,
Nada adianta,
Embora o ego tente.
Assim...
Estranhamente,
A mente,
Se sente,
Ausente do ser,
E gira,
Delira,
Se desespera,
No afã de transcender,
O espaço limitado,
Da imprecisão.
Assim...
A fala se repete,
A alma se veste,
De aflição,
O suor e o pranto,
Se misturam,
As mãos tateiam,
Desejam tanto,
A libertação.
Mas, não há fresta,
Não há como escapar,
Para o além do agora,
Não há como vencer,
A lenta solidão,
Das horas,
Tudo o que resta,
É esperar...
Eperar...
Esperar...
Pelo amanhecer.