E por falar em Equilíbrio

E eu continuo minha luta

Na eterna busca por esse insensato:

O Equilíbrio!

Para os loucos um devaneio

Para os ímpios uma falseta

Para os bobos um pesadelo

Para os pródigos uma risada.

E para mim...

Seria o horizonte?

Mas o horizonte é tão belo e encantador

O equilíbrio tão horrendo e devastador.

Bem...

Esta é a visão de um sonhador

Para quem o equilíbrio

Sempre traz tristeza e dor

Desce ele sem piedade

Zunindo pelo ar

Com sua lâmina afiada

A buscar em sua sanha desalmada

Apartar do riso a risada

Separar o amor de sua amada

Destroçar o sonho e a quimera alada.

Como falar de amor?

Como expressar minha dor?

Como rir de mim mesmo?

Como me levantar e seguir em frente?

Se dentro de mim tudo é intenso

Tudo me parece exagerado

Tudo sempre em desalinho

Tudo, enfim, transmudado.

Mas não me canso de minha busca

Sigo com os olhos vidrados

Atrás daquele que um dia

Fará de mim um ser iluminado.