Vampiro (lembranças da poética de Charles Baudelaire)
Seu sangue rubro, abençoado,
corre, escorre pelos braços,
nas suas mãos, dedos perolados.
Canalha, infame, sem pudor
rouba da virgem o encanto.
Acomoda no corpo, infiel amante
rói a sua carne, suga o seu viço.
Diabólico, eterno, predador.
Não vês que despudorado
finge amar, maldito covarde
a alma frágil e desencantada.
A madona, assim a debater
rola inibida na embriaguez.
Cai no jogo ébrio do amor.
na volúpia arfante do prazer.
Pérola rota do teu encanto.
Divino, perene, amor. (Ana Marly de Oliveira Jacobino)
Um pouco + de:
Charles-Pierre Baudelaire (Paris, 9 de Abril de 1821 — Paris, 31 de Agosto de 1867) foi um poeta e teórico da arte francês. É considerado um dos precursores do Simbolismo, embora tenha se relacionado com diversas escolas artísticas. Sua obra teórica também influenciou profundamente as artes plásticas do século XIX.
Les Fleurs du Mal (em português, As Flores do Mal) é um livro escrito pelo poeta francês Charles Baudelaire, consideradas o marco da poesia moderna e simbolista. As Flores do Mal reúnem de modo exemplar uma série de motivos obra do poeta: a queda; a expulsão do paraíso; o amor; o erotismo; a decadência; a morte; o tempo; o exílio e o tédio. Pelas palavras de Paul Valéry: «As Flores do Mal não contêm poemas nem lendas nem nada que tenha que ver com uma forma narrativa. Não há nelas nenhum discurso filosófico. A política está ausente por completo.