Condenação
Acabei processado
em invisíveis tribunais
Queria de presente
apenas a tua verdade
E venderam em teses
somente versões alheias
Clamei no silêncio
d´ um olhar
- a piedade
Mandaram-me buscá-la
n´outras aldeias
Vaguei pela mata escura
A minha ansiedade
Condenado, fui aprisionado
jogado às mil cadeias
Fugitivo, insisti em buscar
a mãe liberdade
Desolado, ví o enigma
preso em tuas teias
Virei louco
e despertei doses de caridade
O panorama sendo pintado
em telas feias
Meu sofrimento majorado
na dura intensidade
Reforçando a vasão
das bocas faladeiras
Este processo
encerra toda a tua maldade
A verdade que aspirei
ficou em tuas raias
Aprisionada para sempre
pela crueldade
De uma mercenária
vendedora d´uma só idéia
Sobrevivo ecoado por vaias
Vozes da insanidade
Esperando ajuda
de seres de outras baias.