ENTRE A LOUCURA E O MEDO

Essa janela aberta,
Para nenhum lugar,
Esse nó que me aperta,
Essa loucura a me incitar.

Essa vontade de sair da gaveta,
Antes do sol surgir,
Agarrar no rabo do cometa,
Indefinidamente sumir.

Esse outro eu que me reflete,
Aferido pela intensidade,
Essa voz noturna que se repete,
Amanheça-me liberdade!

Essa angústia obscena,
No meu corpo cinzelado,
Esse medo que corta a cena,
E me deixa dominado.

Esse denso - limitado espaço,
Que lentamente retomo,
Nada digo - nada faço,
Me sinto como,
Um pássaro desalado.

Essa calmaria,
Esse triste olhar ante a TV,
Ah! esse eu que ia...
Mas, não foi; não sei por quê.