O mendigo de amor.

Na estrada de barro,

esburacada leva nas costas um fado.

Um segmento da humanidade, ultraje,

mais não chora, ás lágrimas não sai pra fora.

A dor,

rir da dor.

Incorporou tudo que sofrimento.

Um mendigo do amor,

da vida,

sobrevive das migalhas,

nada lhe resta,

senão a beira da estrada.

A orquestra desvairada, da chuva, do sol;

por dentro a carne rasgada.

As noites de insônias a loucura do ciúme.

A vida sem cor, a vida sem gosto, a vida sem amor,

a vida definhando aos poucos apagando..

Olhar vazio.

Um corpo uma mente uma alma,

no desvario humano, na bestial condição.

Dorme com as lembranças,

na relva, na noite molhada.

Há muito tempo deixou,

deixou para trás.

Deixou o que dizia ser seu amor,

a traição rasgou sua alma.

Tudo que jurou palavras que usou,

para dizer por toda minha vida,

na tristeza, na alegria, na dor,

na doença na saúde na pobreza, na riqueza.

O que seu coração sentiu era verdadeiro era leal.

Não conseguia admitir tal erro,

da sua esposa o amor da sua vida.

Traição era descomunal sem perdão.

Fez o que achou correto.

Saiu sem destino,

Acurvado, covarde, sem coragem mendigo,

pobre de espírito, sem riquezas na alma.

Hoje sua memória recorda,

o amor perdido.

E por esse amor sente-se sem leme,

sem volta sem caminho.

E aos poucos morre, morre um mendigo,

um mendigo de amor.

Autoria Cláudio D. Borges.