De poeta e louco...

O poeta consome-se em fantasiar sua dor
escreve um poema triste
talha  cada verso com cortes d’alma
em açoites nefastos geme a carne.
E finge... a dor e a alegria.
E trava batalhas, apara  navalhas, coleciona cicatrizes.
A alma vagueia solitária ou flutua encantada
enquanto a palavra se cria.
O poeta traz a sua lira na palma da mão
às vezes de_lira
então, confusão.
Bebe o poeta o cálice dos desejos
enquanto  caminha
à procura da fonte
no oásis que só ele vislumbra.
Seria um louco de sorte
que ri da morte
enquanto sangra a carne exposta
e  chora a vida
em versos fúnebres
sem despedida?
Que tange a poesia
enquanto  ventos outonais varrem do quintal
suas amareladas folhas?
Um sonhador que espera a musa e veraneia
em  invernos  lunares ?
O poeta brinca...com os próprios sentimentos.
Vive o poeta seus infernos  astrais,
como a lua,  apresenta-se
enquanto o sol se esconde
e anuncia a ave-maria.
Para o poeta tudo é sensação
muito é emoção
nada e m desilusão.
Teria o poeta um terceiro olho?
O poeta re_cria.
O poeta sente
o poeta grita
o poeta mente
para o mar
para a lua
para o a_mar.
O peta vê
o poeta re_inventa.
Suas gotas de lágrima fugidias
são nuvens brincando de tristeza
â efêmera paixão é a fantasia que não deu certo.
O poeta chora e ri
anuncia e denuncia.
E ao leitor cabe apenas
entendê-lo
ou
odiá-lo por chegar tão perto de suas verdades.

*Fatima Mota*
FATIMA MOTA
Enviado por FATIMA MOTA em 12/09/2009
Reeditado em 26/09/2009
Código do texto: T1805819
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