SEM RIMA 27.- ... verde ...
Investido no cromatismo ousado,
passo a mergulhar-me até ao fundo
da cor verde, cor da Galiza...
Deixo que também a professora Zélia
me guie guimarães-rosamente
e aponto para o verde vagalume,
lanterneiro, para o verde cor de abóbora
d'água ou simplesmente cor de água,
verde-claro, para a cor de chuchu,
esmeralda, esverdeado, gázeo, gláceo
(glauco!: verde-azulado), verdacento,
verde-água, verde-aquarela,
verde-azul, verde-crisoberilo,
verde-escuro, verde-maçã,
verde-malaquita ou verde-montanha,
verde-mar, ... até ávidos perverdes
ou enverdes ou rei-verde ou verde-rosa
e "verdes morros, morros de cristais
brilhantes", "serras azuis e serras amarelas"...
Não sei se na Galiza temos tantos verdes,
mas, segundo Guimarães Rosa, todos
os ditos e mais habitam e coram Minas
Gerais... Quem pudera vesti-los mudado
em humilde mineiro versicolor impossível!