SEM RIMA 23.- ... teima ...

Teima?

Talvez!

Mas sem tristeza.

Como sem rima:

Amar-se talvez

seja possível.

Amar outro?

"Isso" é que todos procuramos, mas desconseguimos,

relativamente:

Amo e o outro (no meu caso, outra)

imagina (imagino que imagina) ser eu e assim me trata:

Como

se

o outro (a outra, uma)

fosse eu próprio:

"Faz", "Vai", "Comemos?", "Até amanhã!"

E o Sol

e

a Lua

e

as Estrelas

ou

Planetas do nosso

Sistema solar parecem alumiar e acarinhar

luminosamente

dous corpos em um,

inclusivamente

não abraçados...

Parecem apenas, porque no céu

abunda a sabedoria e conhecem que são dous

e não um, mesmo aquando abraçados... Cousas!

Contudo, semeamos em nós fições belas:

Tu és Eu, Eu sou Tu

ou, como li nalgum/a poeta: Tu sou Eu, Eu és Tu...

(Esse jogo, com outros verbos, "soa" mais lírico!)

Dessarte, andamos teimudos afigurando o corpo

próprio com as formas belas do outro (da outra)

e o outro (a outra) reveste-se das formas tristes

minhas, mas nele (nela) tornam-se constelação

de qualidades celestes até alcançar a volúpia divina...