DELÍRIO
Calquei os pés cansados,
doloridos,
no asfalto quente
e caminhei.
Andei caminhos desvairada,
atormentada
e me perdi.
Não sei se estás por perto
ou se me foges,
se vejo teu sorriso
ou imagino...
Cansei meu espírito inquieto,
a febre sufocou,
o pranto cedeu.
Chorei meu sonho acalentado,
a dor fez tombar o corpo
maltratado.
Não sei se me surges
ou crio visões,
se sinto teu carinho
ou repasso cenas vividas...
Gritei teu nome ao vento
até morrer a voz
e me vi muda.
Pedi resposta a chuva
repousante
para ter noção de ser real
tudo o que fiz.
Não sei se me falas
ou deliro,
se realmente existes
ou és fruto da imaginação...