Enigma
Venha viver a vida! Dizia, venha Linda, cheia de saúde!
Curtindo nos descaminhos, chorando e sorrindo leviana.
Conserve os beijos ofertados até teu sonhar no ataúde,
Onde destruída, a morte perpetuará a tua lira insana.
Venha cruel e surpreendente sem vergonha ou medida.
Quebre os ossos dos contentes, profane a face ungida!
Conquiste a glória que a teus olhos cresce desprendida,
Um dia gozando livre e no outro, sofrendo escondida.
Um ilustre enigma te persegue. Ora, ilustre? Não é,
Mais parece um consolo à alma pecaminosa que tens
Pois que honra há em ser tu, menina de pouca de fé.
Só sustenta os teus medos e sequer sabe de onde vens.
Venha viver a vida! Dizia a mão estendida à tua dor,
Não te disse o preço por desespero ou mero torpor.
Agora pague com tua alma, com tua paz e teu amor,
E ainda assim é pouco, Linda. Haverá nada a teu favor!