Enigma

Venha viver a vida! Dizia, venha Linda, cheia de saúde!

Curtindo nos descaminhos, chorando e sorrindo leviana.

Conserve os beijos ofertados até teu sonhar no ataúde,

Onde destruída, a morte perpetuará a tua lira insana.

Venha cruel e surpreendente sem vergonha ou medida.

Quebre os ossos dos contentes, profane a face ungida!

Conquiste a glória que a teus olhos cresce desprendida,

Um dia gozando livre e no outro, sofrendo escondida.

Um ilustre enigma te persegue. Ora, ilustre? Não é,

Mais parece um consolo à alma pecaminosa que tens

Pois que honra há em ser tu, menina de pouca de fé.

Só sustenta os teus medos e sequer sabe de onde vens.

Venha viver a vida! Dizia a mão estendida à tua dor,

Não te disse o preço por desespero ou mero torpor.

Agora pague com tua alma, com tua paz e teu amor,

E ainda assim é pouco, Linda. Haverá nada a teu favor!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 01/09/2009
Reeditado em 02/09/2009
Código do texto: T1786906
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