Amorfo

Esse Farol que mora em mim

Não te leva ao porto

Leva a imensidão do vazio

Ou ao encontro do nada

Não me olhe como se eu fosse

Eu não sou e nunca fui

Sombra apenas, jogo sem regras

Corpo emprestado sem definição

Mágico momento de ilusão

Não tenho chegada

Ofereço uma ida sem destino

Minha alma gélida e sem brilho

Quero ficar ao alcance do nada

Sem que me deixe pesar

Não sou digna do amor dedicado

Nem do que queres me dar

Guarde as letras no quadro

Pinte a poesia no teto

Sou essa obra inacabada

Bizarra, confusa, abstrata

Quando sentir saudades

Joga teu corpo no mar

Sente a leveza envolvente

Meu corpo, teu corpo a bailar

Nesse instante posso ser

Água em forma de gente

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 28/08/2009
Reeditado em 29/11/2013
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