Amorfo
Esse Farol que mora em mim
Não te leva ao porto
Leva a imensidão do vazio
Ou ao encontro do nada
Não me olhe como se eu fosse
Eu não sou e nunca fui
Sombra apenas, jogo sem regras
Corpo emprestado sem definição
Mágico momento de ilusão
Não tenho chegada
Ofereço uma ida sem destino
Minha alma gélida e sem brilho
Quero ficar ao alcance do nada
Sem que me deixe pesar
Não sou digna do amor dedicado
Nem do que queres me dar
Guarde as letras no quadro
Pinte a poesia no teto
Sou essa obra inacabada
Bizarra, confusa, abstrata
Quando sentir saudades
Joga teu corpo no mar
Sente a leveza envolvente
Meu corpo, teu corpo a bailar
Nesse instante posso ser
Água em forma de gente