DRAPACÍDIO MÓRBIDO TEMPORÁRIO

Constante deturpação, arreda o engodo, traça em arco uma ponte;

na tortura pela ausência, na ausência nauseabunda, triunfante caminha;

Pequena infante, suicida, irrigada, tolerante, progressiva;

Construo castelos de ossos, em um paraíso de abelhas famintas;

Tirania solene, da insanidade colegial;

Preponderância máxima de outrem;

Imagem nevasca mórbida, morde o canto superior dos lábios;

Sangra com sede, e com volúpia aperta as mãos;

Em sinal puro gestual de oração difama a própria glória;

Grita insistentemente, derruba paredes sólidas;

Prende cordas, conecta fios de cobre;

Sangue suga, apregoam pedaços de carne viva no alto de sua ignóbil presença;

Renuncia a vigilância, vai como se estivesse vindo;

Abre os braços, com as mãos grossas de sangue e argila;

Notável criança mau amada; sustenta vícios lúdicos em busca do real deturpador;

Carrasco infame observa ao longe, seu reflexo condicionado, imóvel, mudo.

Transmutação original metamorfose,

Mudam-se estações, transmissões de pensamentos interrompidas;

Telepatia, comunicação precária, sem sinal, narra alucinações perdidas;

Interrupção, luz apagada;

Drapacídio Mórbido Temporário;

Interrupção radical do racional.

Eder Marçal
Enviado por Eder Marçal em 23/08/2009
Reeditado em 11/12/2016
Código do texto: T1770757
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